Salvador no Século 20

 

No início do século 20, Salvador estava envolvida no tumulto político da época e foi covardemente bombardeada pelo Presidente da República, adversário de Ruy Barbosa.

Como em outras partes do mundo, Salvador começou o século 20 com aspirações de modernidade. Nas primeiras décadas do século a paisagem urbana foi muito alterada (veja quadro abaixo), abrindo-se grandes avenidas para a passagem de bondes, mas com lamentável destruição de edifícios históricos.

Até os anos '40, Salvador manteve seu prestígio histórico, foi visitada até pelo Pato Donald (Você já Foi a Bahia? - Walt Disney, 1944), mas as décadas seguintes foram melancólicas do ponto de vista de seu desenvolvimento econômico, que não acompanhou o crescimento populacional. Este havia estagnado desde o final do século 19 e Salvador foi ultrapassada por Recife, na primeira metade do século 20. Mas, a partir dos anos 1940, a Cidade passou por uma grande expansão populacional, voltando a ser a terceira maior do Brasil. Culturalmente, continuou rica e vibrante, como sempre.

A recuperação econômica acontece agora, no século 21. Salvador é o quarto maior município em população, foi ultrapassado por Brasília, na segunda década deste século.

Eventos em Salvador no século 20, em cronologia:

1912 - Bombardeio de Salvador

Foi inaugurada a Estação Radiotelegráfica de Amaralina.

Demolida a Igreja da Ajuda, construída no século 16 pelos Jesuítas.

Foi fundado o Jornal A Tarde, que se tornou o maior do Norte e Nordeste do País. Em 1930, inaugurou sua sede na Praça Castro Alves.

Foi inaugurado o antigo Mercado Modelo, que ganhou nova arquitetura, em 1915. Foi destruído por um incêndio, em 1969. Um outro mercado, com o mesmo nome, foi inaugurado, em 1971, no antigo prédio da Alfândega, mas voltado para turistas.

1914 - Em 6 de dezembro houve um conflito entre católicos e muçulmanos na Rua dos Capitães, atual Rua Ruy Barbosa, Centro Histórico de Salvador. O conflito resultou em dois mortos, alguns feridos e 42 presos. Os muçulmanos eram principalmente imigrantes oriundos do Oriente Médio, especialmente Síria e Líbano.

1915 - Inaugurada a Avenida Sete.

1919 - Inaugurado o novo Palácio do Governo, no mesmo local do antigo destruído no Bombardeio de 1912. Passou a se chamar Palácio Rio Branco.

1923 - O Theatro São João foi destruído por um incêndio. No mesmo ano, a Praça Castro Alves recebeu seu Monumento ao Poeta.

No Centenário de Dois de Julho, o Desfile foi fotografado por hidroaviões, provavelmente as primeiras fotografias aéreas de Salvador.

1930 - O Elevador Lacerda ganhou sua arquitetura atual, com duas torres.

Em 24 de maio, o Graf Zeppelin passou por Salvador, pela primeira vez, inaugurando um serviço postal, que durou até 1937. O Hindenburg também passou aqui, em 1936.

1933 - Demoliu-se o templo da Sé Primacial do Brasil.

1939 - Em janeiro, o primeiro poço de petróleo do Brasil jorrou em Lobato.

1961 - O antigo Distrito de Água Comprida foi desmembrado de Salvador para a criação do município de Simões Filho.

1962 - O antigo Distrito de Santo Amaro de Ipitanga foi emancipado com o nome de Lauro de Freitas.

1967 - Inaugurado o Teatro Castro Alves.

1985 - O Centro Histórico de Salvador entrou na lista de patrimônios mundiais da Unesco.

 

Mais: Bahia no Século 20

 

 

Salvador vista do Forte São Marcelo, antes de 1906.

 

 

História de Salvador

 

Mudanças na Paisagem Urbana de Salvador

Em 25 de setembro de 1906, iniciou-se as obras de iluminação elétrica em Salvador.

De 1912 a 1915, houve grandes alterações na Cidade, que foi contaminada pelo espírito modernista. O Porto foi aterrado e ampliado, mais uma vez. Vários prédios históricos foram demolidos para a passagem da Avenida Sete de Setembro, ligando a Praça Castro Alves ao Farol da Barra.

Em 1912, a histórica Igreja da Ajuda, a primeira intramuros da Cidade, fundada pelo Padre Manoel da Nóbrega, foi demolida para alargamento da Rua da Ajuda. Depois, a antiga Igreja de São Pedro foi demolida. A parte frontal da Igreja do Rosário do Pardos e a do Convento do Carmo foram demolidas. Em 1933, o templo da Sé Primacial do Brasil também foi demolido. Depois, foi a vez da Igreja do Espírito Santo do Pilar ser demolida.

Até os anos 1940, a Cidade ainda conservava muito do charme de outrora. A partir dos anos '50, os grandes edifícios passaram a alterar muito a paisagem urbana. A onda modernista dominou os empreendimentos da Cidade, em detrimento de seu patrimônio histórico. Nos anos '60, feirantes e barraqueiros dominavam a paisagem do Porto. Incêndios destruíram o antigo Mercado Modelo e a feira de Água de Meninos. Muitos feirantes deslocaram-se para São Joaquim, que se transformou na maior feira de Salvador. Mas também foi nos anos '60 que ocorreu uma grande transformação urbanística na Cidade, com a construção de grandes avenidas de vale do Projeto Viário de Mário Leal Ferreira.

A inflexão em favor da herança cultural ocorreu nos anos '70, quando o patrimônio histórico baiano começou a ser restaurado em larga escala, com a ajuda da Unesco. Muitas instituições financeiras, comerciais e administrativas foram deslocadas para fora do Centro Histórico. Grande parte das instituições públicas foram transferidas para o Centro Administrativo da Bahia, o CAB. A Rodoviária também foi transferida para mais ao centro da Península, junto com a construção do primeiro grande shopping center de Salvador, o Iguatemi, atual Shopping da Bahia.

 

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